Em parceria com a WWF, projeto está eletrificando duas escolas do município de Lábrea com energia fotovoltaica
"O combustível vinha somente para os dias de aula. Agora, vamos ter mais tempo e luz para pesquisar, estudar. Acho que poderemos até ter uma impressora". O desejo da Francisca, aluna do Ensino Médio da comunidade Cassianã, no município de Lábrea, distante 610 quilômetros de Manaus, está prestes a ser realizado com a eletrificação da sua escola. Além da impressora e de outros equipamentos, como ventiladores, Francisca e seus colegas terão também mais tempo para fazer pesquisas na Internet e uma iluminação adequada para estudar.
O projeto "Resex Produtoras de Energia Limpa" é uma iniciativa da WWF com a Fundação Mott e visa promover o uso de energias renováveis em reservas extrativistas (Resex) da Amazônia como forma de estimular a produção sustentável, reduzir as emissões de gases de efeito estufa e melhorar a qualidade de vida e a renda dessas populações. Antes da eletrificação na escola de Cassianã, eram necessários em média três litros de diesel para o gerador, o que chegava a custar R$ 450 por mês. O barulho do motor também atrapalhava muito as aulas.
"Só em pensar que agora não vamos mais ter o barulho do motor, para gente não tem preço. Tinha noite que faltava a voz", desabafa o professor de Educação de Jovens e Adultos, Cicleude Barroso.
Como uma das parceiras do projeto, a Schneider Electric, especialista global em gestão de energia e automação, disponibilizou as tecnologias solares com desconto social (margem reduzida) e doou materiais didáticos e práticos para a capacitação em 'Sistemas de Energia Solar Fotovoltaica para Qualidade de Vida e Produção Sustentável', ministrada pelo Instituto Mamirauá.
"Esse projeto vem de encontro com o propósito do Programa de Acesso à Energia, que é fomentar o desenvolvimento sustentável de cadeias produtivas remotas do Norte e Nordeste do país por meio do acesso à energia limpa, segura e eficiente. Isso é o que chamamos de Life Is On. Energia para todas as pessoas, em todos os lugares, 24 horas por dia e com uma pegada mínima de carbono", afirma Tania Cosentino, presidente da Schneider Electric para a América do Sul.
Nos sistemas produtivos acionados por combustíveis fósseis, o elevado custo do combustível e da manutenção dos geradores quase sempre inviabilizam o crescimento dos negócios comunitários, seja no processamento de frutas, de pescados, ou na produção de óleos essenciais.
"Com a eletrificação de escolas e da cadeia produtiva, os extrativistas acreditam que aumentarão a produção, poderão conseguir melhores preços e também terão uma vida comunitária mais dinâmica, fazendo das escolas centros também de cursos de tecnologia à distância e espaços de vivência nos finais de semana", explica a analista de conservação do Programa Clima e Energia da WWF, Alessandra Mathyas.
As instalações de sistemas fotovoltáicos continuarão em setembro, com mais uma escola e um sistema de bombeamento de água de rio na Resex Médio Purus. Já na Resex Ituxi, também em Lábrea, serão instalados três sistemas para uso produtivo: bombeamento de água, refrigeração e equipamentos como despolpadeiras de frutas e extração de óleos vegetais. Para garantir a sustentabilidade do projeto, os alunos que participaram da capacitação serão os responsáveis por fazer a instalação das tecnologias fotovoltaicas supervisionados pela equipe da WWF.
A iniciativa em parceria com o ICMBio tem o apoio técnico da empresa Usinazul e do Instituto Mamirauá e o apoio institucional da J.A. Solar, UEA e da Prefeitura de Lábrea.
http://www.acritica.com/channels/governo/news/programa-ajuda-a-levar-energia-sustentavel-a-escolas-da-amazonia
UC:Reserva Extrativista
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