CEMAVE realiza oficina preparatória para o PAN Campos Sulinos e Espinilho

ICMBio - http://www.icmbio.gov.br - 21/09/2011
O Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres (CEMAVE) do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e a Coordenação de Planos de Ação (COPAN) da Diretoria de Pesquisa, Avaliação e Monitoramento da Biodiversidade(DIBIO), realizaram em Florianópolis, a Oficina de Planejamento Participativo do Plano de Ação Nacional para a Conservação (PAN) dos Passeriformes Ameaçados dos Campos Sulinos e Espinilho.

A oficina contou com 27 participantes, levando em conta o maior número de atores possíveis e alguns convidados de países vizinhos. Os Campos Sulinos ocupam uma área de 210 mil km², onde predominam comunidades vegetais compostas por espécies de gramíneas de valor forrageiro, leguminosas úteis ao pastoreio e outras plantas herbáceas. Apresentam biodiversidade significativa e singular, porém, as crescentes pressões reduzem, fragmentam e alteram essas áreas naturais. Além disso, este ambiente serve como área de reprodução ou invernagem para muitas espécies de aves migratórias.

Dentre as sub-regiões dos campos sulinos, destaca-se o espinilho, que possui espécies de aves restritas a essa formação (savana de arvoretas espinhentas e retorcidas típica da extremidade oeste do Rio Grande do Sul), sendo o único ambiente de ocorrência de algarrobos (Prosopis nigra e P.affinis) no Brasil, espécie ameaçada e de difícil regeneração. A perda e a descaracterização do espinilho são as principais ameaças às espécies endêmicas desta fitoformação. Extensas áreas originalmente recobertas por essa formação foram convertidas em lavouras de arroz. No Brasil, os maiores fragmentos de espinilho totalizam 1.200 hectares e estão localizados no Parque Estadual do Espinilho.

Sobre o PAN

O PAN Campos Sulinos e Espinilho foi elaborado de forma participativa, propondo ações que visem reduzir o grau de ameaça de 15 espécies de aves sulinas classificadas como ameaçadas. Além destas, espécies de aves que vem apresentando grande declínio populacional, quase ameaçadas ou com status de conservação ainda desconhecido também foram incluídas, totalizando 22 espécies de aves neste PAN - todas compartilhando pressões semelhantes relacionadas à perda e alteração de habitat, sendo que algumas destas espécies são alvo ainda da captura ilegal.

Este PAN também se integra ao Plano de Ação Internacional (PAI) que trata da conservação de espécies migratórias associadas a ambientes de campos naturais na América do Sul. Esta iniciativa está diretamente ligada ao "Memorandum de Entendimiento sobre la Conservación de Especies de Aves Migratórias de Pastizales del sur de Sudamerica y de sus Habitats" da Convención sobre las Especies Migratorias (CMS/PNUMA) assinado em 2008 por quatro países signatários e o Brasil. Atualmente, representantes da Argentina, Paraguai, Uruguai, Bolívia e Brasil se dedicam a implementar as ações constantes neste PAI elaborado conjuntamente.

O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) é responsável pelo desenvolvimento de estratégias para proteção da biodiversidade brasileira, além de recuperar espécies ameaçadas de extinção. A Diretoria de Pesquisa, Avaliação e Monitoramento da Biodiversidade (Dibio) tem como uma de suas prioridades a elaboração de Planos de Ação Nacionais (PAN) para a conservação de espécies ameaçadas. Cada PAN é elaborado de forma participativa, utilizando metodologia própria da Coordenação de Planos de Ação (Copan/Dibio/ICMBio), que segue as diretrizes da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).




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Biodiversidade:Fauna

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