Reserva Extrativista produz castanha da Amazônia

ICMBio - http://www.icmbio.gov.br/ - 21/08/2014
Moradores da Reserva Extrativista (Resex) do Rio Unini (AM) construíram uma central agroextrativista para produzir a castanha da Amazônia e, ao mesmo tempo, facilitar a comercialização dela. A central está equipada para a produção de castanha de alta qualidade e valor nutritivo, desidratada e embalada à vácuo. Ela é composta por duas estruturas: uma para o beneficiamento de produtos brutos e outra para o armazenamento e distribuição.

Diferente de outras fábricas, a Central Agroextrativista do Rio Unini está localizada no pé da castanheira, o que evita problemas de contaminação provocada por longos períodos de transporte e armanezamento. O projeto piloto acontece na bacia do Rio Negro e leva para os ribeirinhos oportunidades economicamente importantes, uma vez que os próprios moradores controlam todo o processo produtivo - coleta, armazenamento, processamento e embalagem.

Dessa forma, a castanha passa a ter um valor maior e aquece a economia local. "Isso elimina os atravessadores, ou seja, aquelas pessoas ligadas aos feirantes das cidades que pagam preços muito baixos aos produtores", explicou Sérgio Sá, coordenador do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) na região.

Atualmente, 188 famílias dependem exclusivamente dos produtos da floresta e da agricultura familiar para sobreviver na região, que é rica em biodiversidade. Ao todo, três Unidades de Conservação (UCs) cortam a bacia do Rio Unini, afluente do Rio Negro: o Parque Nacional do Jaú, a Reserva Extrativista do Rio Unini e a Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Amanã. Além de melhorar a qualidade de vida das pessoas que moram na Resex, o projeto também pode ajudar a conter o desmatamento no Parque Nacional do Jaú. "Desenvolvimento socioeconômico e conservação ambiental são os dois elementos cruciais para a efetiva sustentabilidade da Floresta Amazônica", comentou Inácio Oliete, coordenador do Programa Nacional Integrado da Fundação Vitória Amazônica (FVA), responsável técnica pelo projeto.

Capacidade de produção

Tecnicamente, a Central Agroextrativista tem uma capacidade de produção inicial de 300 quilos por dia de castanha em amêndoa embalada à vácuo em pacotes de até 10 quilos. No processo produtivo, é feita uma seleção por tamanho e qualidade para atender as exigências higiênico-sanitárias da legislação brasileira.

Além do potencial socioeconômico, a expectativa é que a central, com apoios técnicos, comerciais e financeiros, estenda os benefícios para outras comunidades, oferecendo preços melhores aos coletores de castanha de outros tributários do Rio Negro. "A Cooperativa Mista Agroextrativista do Rio Unini (Coomaru) é a gestora do empreendimento e junto com a FVA busca parcerias que reconheçam o valor social e ambiental deste produto excepcional", disse Inácio Oliete.

Sobre o projeto

O projeto começou em 2006 com debates envolvendo as comunidades e aquisição de materiais para construir a fábrica. Em 2014, a comunidade começou a colher os frutos do trabalho que pode ser exemplo de produção sustentável para outras Unidades de Conservação. "Os moradores estão bem empolgados. Eles recebem grandes encomendas para escoamento da produção e agora querem buscar novos compradores", finalizou Sérgio Sá.

Além da castanha, a população agora estuda iniciar o processo produtivo da farinha, bananas desidratada e batatas.



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UC:Reserva Extrativista

Unidades de Conservação relacionadas

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